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SURFACE DESIGN by DBStudio

setembro 08, 2009

Jóias: Ouro ou Design?

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  • Antigamente, as jóias significavam mais do que acessório de luxo: eram reserva de valor.
  • Sólidas como os imóveis, ter o ouro garantia segurança no futuro.
  • Na hora da revenda, elas valiam o quanto o metal pesava (já as pedras praticamente não agregavam valor).
  • Hoje, ainda há quem compre ou consigne jóias de 2ª mão.
  • E quem as recicle também (como a Ex-Boyfriend Jewelry, uma nova tendência).

Mas o desejo pelas jóias mudou - acompanhando o giro do mundo!

  • No Brasil, como um todo, mas principalmente nas grandes capitais, a conduta de agentes marginais basicamente não permite que o investimento traga satisfação: ele traz, sim, medo. Retraindo, consequentemente, a demanda.
  • Já no mundo mais "pacato", a razão mor da perda de "glam" do metal precioso é outra: a necessidade do status "per se" diminui.
  • O "neo" consumidor valoriza, cada vez mais, o que lhe excita a razão.
  • Neste nosso "zeitgeist", saber é poder: nasce um novo status.

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  • As jóias contemporâneas são mais conceito do que ostentação.
  • O brasileiríssimo Antonio Bernardo que o diga!

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  • Até os "presentes" de aniversário ou de Natal que a empresa oferece aos seus clientes, via Correios, são inspiradíssimos (e inspiradores...).

Quem duvida que o estilo "AB" instigou joalherias tradicionais a atualizarem-se (ou, "shake their asses")?

  • Os objetos, no passado símbolos de riqueza, ficaram mais delicados, menos ostentatórios.
  • As jóias que queremos "vestir" contam histórias (com as quais gostaríamos, no mínimo, de nos identificar).
  • Nelas, o mais precioso é a técnica com que os materiais foram manipulados. O material não precisa ser "raro", a técnica sim.
  • Atualmente, há uma crescente utilização de matéria prima inusitada.
  • Como tecido, plástico, papel, lixo reciclado e até mesmo as pedras preciosas são apresentadas em lapidação pouco convencional.
  • Há jóias confeccionadas com marfim de fóssies, o luxo máximo!

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  • As novas jóias trazem humor e subversão, questionamento e afirmação. Revelam parte da psiquê de quem as escolheu (ou teve a sensação de ter sido escolhido por elas...)
  • Misturam "cabeça, coração e mão" (matéria "Golden Globes", The Economist, 9 Maio 2009).
  • São, no final das contas, esculturas "vestíveis".
  • Em Londres, a Collect (feira internacional de objetos contemporâneos) mostrou, este ano, obras de artistas que exploram os conceitos da preciosidade, do valor e da beleza.
  • O designer Otto Künzli, por exemplo, expôs uma pulseira feita de borracha "recheada" de ouro.

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  • Que vale tanto ou mais do que uma concorrente tradicional.

E aí, acabei me lembrando de uma música "sem vergonha" que tem algo a ver com este consumo "novinho em folha": "Você não vale nada, mas eu gosto de você."

  • Afinal, quem sabe definir, mais e melhor, o que é o "valor", conceito flexível e espaço temporal, do que cada indivíduo?

Imagens:

  1. Otto Künzli
  2. idem
  3. Antonio Bernardo
  4. Monique Pean
  5. Otto Künzli